Desde que eu tinha três anos de idade, eu dizia que seria bailarina. Cresci, o sonho ficou adormecido em mim e sonhei outras carreiras. Professora, matemática, até faculdade de química eu pensei em fazer. Aliás, foi minha segunda opção nas duas vezes em que prestei UNICAMP, e eu passei. Com 12 anos de idade descobri que existia faculdade de Dança. Coloquei na cabeça que iria fazer isso. E pra tudo que eu coloco na cabeça, encontro uma maneira de realizar, não importa o que seja. Decidi que ia entrar em Dança na UNICAMP. Mas, e depois da facul, o que eu iria fazer? Não consigo seguir minha vida sem ter planos, me irrita não saber “what comes next”!
Dentro da Dança,
sempre amei o sapateado americano. Dança e música que se unem com o objetivo de
criar uma arte única, visual e sonora ao mesmo tempo. Me fascinava desde
criança e eu lembro bem que mal podia esperar para colocar o meu primeiro
sapato de sapateado nos pés. Sabendo disso, escolhi esse caminho. Eu sabia
muito bem que a formação acadêmica, principalmente da UNICAMP, era muito mais
focada na consciência corporal, no conhecimento do próprio corpo e na maneira
orgânica como este se movimenta. Resumindo: nada de sapateado por lá. Não que o
que aprendi não tenha mudado a minha maneira de ver o meu corpo quando danço.
Muito pelo contrário; tudo o que vivi durante esses quatro anos me transformou
totalmente como pessoa e artista.
Mas e o sapateado no
meio disso? Como ficou? Eu teria que encontrar outro lugar para me aprofundar e
me profissionalizar, depois do diploma. Quer melhor lugar que NYC? Simplesmente
o lugar onde se encontram os melhores sapateadores vivos do mundo! Muita coisa
sendo criada e desenvolvida. Era pra lá que eu ia. Decidi quando tinha uns 15
anos. Finalmente, realizei esse sonho em 2013. Foi a melhor coisa que eu já fiz
na vida!
Bom, essa foi a minha
introdução pra explicar porque, hoje, eu moro em NYC. Agora vamos ao real
assunto do post: dicas sobre NYC, vindas de alguém que mora lá. NYC é uma
cidade cheia de armadilhas. De verdade. Muita gente de muitos lugares do mundo,
muita comida de muitos lugares do mundo, muita bebida de muitos lugares do
mundo, muitas línguas de muitos lugares do mundo e por aí vai. Muita, mas muita
informação. Todo mundo sempre com pressa, não podendo perder um segundo do seu
dia. Se você não tem uma via de escape, acaba sendo engolido. Você tem que
saber onde ir, se não quiser ficar trombando em turistas. Os melhores lugares
pra se ir não são aqueles aos quais todo mundo vai. Em NYC, o que é exclusivo é
melhor. Aquele barzinho de esquina pode servir o melhor milho cozido que você
vai comer na vida, mas você só vai ser apresentado a ele por um New Yorker de
verdade (o milho é assunto pra um outro post. Aguardem!).
Hoje eu vou falar do
único lugar turístico que eu gosto de ir em NYC: a Times Square. Mas (óbvio) só
vou lá de madrugada, quando tenho o lugar só pra mim. Nunca encontrei no mundo
um lugar tão mágico. É muito louco poder sentir toda a energia que as pessoas
depositam naquele lugar, e como a gente consegue absorver isso quando está lá!
Morando numa cidade que pode literalmente te engolir a qualquer instante, ter
um momento de paz no “centro do Universo” (palavras mais que apropriadas de
Tony Waag, grande amigo sapateador) pode ser mais que reconfortante. Difícil
expressar em palavras o que eu sinto quando tenho esses meus momentos lá. Poder
olhar cada um daqueles luminosos... Sentir meus olhos brilhando me faz perceber
que posso realmente realizar todos os meus sonhos. Então, se um dia você for
pra NYC, passe na Times Square lá pelas 3h da manhã. De preferência acompanhado,
mas tire um momento pra você. Respire fundo umas três vezes, olhe aqueles
luminosos, olhe para o céu. Sinta que sonhar é possível e realizar os seus
sonhos é a melhor coisa que existe no mundo!
Por Anne Oliveira






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