TAG: A insegurança que me fez mais feliz

Essa TAG foi criada pela Lidiana Domingues, do blog Chic Tric. Resolvi respondê-la, porque insegurança sempre foi algo com que eu tive que aprender a lidar, sempre foi um "problema" que eu, ainda hoje, tenho que passar por cima. Muitas blogueiras resolveram falar sobre suas inseguranças através de vídeos, mas eu preferi fazer isso com palavras escritas, que são muito mais a minha praia. Vamos lá...

Desde uns 10 anos de idade, quando meu corpo começou a se desenvolver e tomar forma, passei a implicar com meu rosto. Não com ele todo, mas especificamente com o meu nariz. Claro... Não adiantou falar com meus pais e com a minha família sobre isso, porque todos eles me achavam bonita como eu era e não encontravam defeitos no meu nariz. Mas vocês sabem como é... Quando a gente olha no espelho e não gosta de alguma coisa, não tem cristo que fale que você é perfeita e que não tem nada de errado. Como todos sabiam dessa minha implicância, durante o primeiro ou segundo colegial (não me recordo direito), muita gente ficava tirando sarro, desenhando coisas ofensivas e se sentindo muito bem ao me ver triste. Isso tudo só aumentou todo aquele sentimento ruim que eu carregava por mim mesma. Eu nunca saía em fotos em que aparecia meu nariz, apagava todas as que eu achava que estavam levemente viradas de lado, deixava tudo de ponta cabeça, mas não permitia que ninguém postasse fotos em que eu via meu nariz se destacar. E essa situação continuava me torturando...

Quando completei dezesseis anos, fui acompanhar a minha avó (doidinha) para fazer uma tatoo e um piercing no nariz. E que neta não ficaria doida de ver sua vó furando o nariz e você não? Sim! Eu fiquei morrendo de vontade. Como já estava insistindo muito para fazer a cirurgia no nariz e depois passei a insistir para fazer o piercing, minha mãe disse que só deixaria eu furar o nariz, pois achava que eu era muito nova para mudar meu rosto com uma cirurgia. Hoje, acho que foi a melhor decisão que ela poderia ter tomado, porque eu era muito nova mesmo para ter certeza de algo que ficaria para sempre. Furei o nariz e fiquei toda feliz. Até fiquei mais desencanada com o meu pequeno "defeito".

Aos dezoito, pedi de aniversário o que eu estava amadurecendo: a tal da cirurgia. Escolhemos o médico, fizemos tudo o que era necessário e lá fui eu. Antes de tudo isso, eu ficava imaginando como seria a vida depois da cirurgia. Pensava que eu não teria mais problemas com namorado (insegurança, ciúme, brigas bobas), pensava que as pessoas iam gostar de mim, pensava que as coisas iam mudar. Pois bem... Fiz a plástica e BOOM... A vida seguiu seu curso como teria seguido se eu não tivesse feito aquela escolha. 

Não vou ser hipócrita. Eu amei o resultado e não me arrependo de nada. Mas o ponto que eu quero mostrar aqui é que às vezes a gente coloca tanta expectativa sobre algo, fica pensando que vai tudo mudar, que os problemas vão embora, que tudo vai ser mais fácil. Só que não é assim que as coisas são. Não é um silicone, uma lipo, uma plástica, uma mudança radical no armário, um corpo magro, que vai te fazer ser melhor e que vai te dar a chance de viver melhor. Tá certo que quando você melhora algo que não gosta em você, você ganha uma força extra para avançar e foi assim que aconteceu comigo. Eu comecei a me gostar, passei a tirar mais fotos, até criei o blog...

O que eu não sabia era que, independente do nariz que eu tivesse, eu ia encontrar alguém que me amasse e que repetisse muitas vezes que "havia se apaixonado pelo meu nariz grandão, que me achava um charme daquela forma". O fundamental dessa história toda foi perceber que uma das coisas que mais importava não era o meu exterior, e sim o que eu carregava dentro de mim. Depois que eu aprendi isso, mesmo ainda restando um pouco desse sentimento chato, estou muito mais fortalecida e pronta para seguir meu caminho.

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