Sobre a cidade que te enlaça

03 agosto 2015
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No dia 5 de julho, eu descia do avião no aeroporto de Heathrow, em Londres. Não me lembro exatamente o horário, pois eu ainda estava atordoada de viajar 11 horas. Após passar pela imigração e pegar minhas malas, tive que aguardar o motorista do transfer (que não chegava nunca). Liguei umas quatro vezes para a empresa, tentei me virar com o inglês de um indiano que não queria ser compreendido e, no fim das contas, meu "amigo" apareceu. Já no caminho para a minha casa, que eu dividiria com mais algumas pessoas, eu olhava para fora de janela e não conseguia pensar em mais nada além de: "Estou aqui", "Eu consegui", "Estou em Londres", "Lon-dres".  
Não era para ser diferente. Eu era apenas um pontinho no meio de tudo aquilo que foi montado há muito mais de mil anos pelos romanos. Me senti pequena, mas não fiquei assustada. Era só o começo.
Os primeiros dias foram um pouco esquisitos, pois eu ainda estava cansada e com o efeito do jet lag. A diferença é de quatro horas a mais em comparação ao Brasil e, no verão, só escurece as dez horas da noite! Então, enquanto meu corpo já me dizia para dormir, eu olhava para a janela e ainda estava um pouco claro (como o céu fica aqui às 17h30 mais ou menos). 
Os desafios começaram a aparecer e foi aí que eu tive que deixar minha falta de experiência de lado e começar a aprender tudo. Pegar o trem, utilizar o City Mapper (post exclusivo para esse app), saber onde minhas escolas ficavam, pesquisar tudo sobre os passeios que eu gostaria de fazer, conhecer pessoas de todos os lugares do mundo... Eram tantas coisas! 
Mas Londres é uma cidade experiente. Ela faz parte da realeza, tem classe, joias, educação. É uma senhora culta, sim senhor. Londres é como colo de mãe: acolhedor e seguro. Essa cidade, muito maior do que eu podia imaginar, tomou conta de mim. Entrou em cada parte da minha mente. Foi lá que eu vi o que um transporte público pode significar na vida das pessoas. E a falta que ele faz quando há uma greve (conhecida lá como "Strike"). Eu presenciei as manhãs de leitura dentro do metrô, onde todo mundo (9 de cada 10 pessoas) pega um jornal, um livro, um e-reader ou uma revista e lê até ter que descer na estação correta. Presenciei a rotina de muitos trabalhadores, que saem de casa, tomam seu café (muito importante para quem mora na cidade) e parte para mais um dia de luta. E quem sabe no fim do dia ainda sobre uma graninha para tomar um pint de cerveja no pub da esquina... 
Eu, a pequena brasileira nascida em Sorocaba, estava prestes a me apaixonar. Podem rir, mas quando eu sai daqui de casa no dia 4, achava que ia pra Londres e ia me apaixonar por um cara lindo e inteligente e que fosse muito legal comigo também. Bobeira! Me apaixonei é por aquele lugar que me aceitou e me tratou como uma mulher merece ser tratada! Lá, você pode vestir a roupa que você quiser. Se ela for curta, pode ficar tranquila que dificilmente alguém vai mexer com você, te destratar, passar a mão quando você está distraída ou te chamar de GOSTOSA como se você fosse um pedaço de carne.
Eu fiquei mesmo é caidinha pela Tower Bridge, pelo "Please, mind the gap between the train and the platform", pela variedade de idiomas que se ouve ao andar pelas ruas, pelo "single expresso" de toda manhã, pela Oxford Circus, Por Kew Gardens e sua produção local de frutas e verduras, pelo The Shard, pelo Sky Garden e seus garçons lindos e educados. Por tudo!
Como um amor de verão, Londres não vai sair de mim. E eu ainda espero voltar, e, quem sabe, pra ficar... <3 


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