Vinte e sete de abril

27 abril 2014


Duas décadas. Duas vezes dez. Quatro vezes cinco. Um quinto de um século. Um ano para a maioridade em muitos outros países. Jovem, mas madura (ou não; depende do ponto de vista). Rugas? Nem sinal. Cabelos brancos? Tô longe! Taurina, ciumenta, nerd, cdf, caxias, puxa-saco, esforçada, amiga e boa filha. Eu, eu mesma e meus vinte anos. Ainda me lembro de brincar de boneca, de sonhar que era sereia, de inventar teatrinhos de fantoches. Distraída, desastrada, ansiosa, magra de ruim. 


Já quis ser bailarina, médica, veterinária, arquiteta, secretária, modelo, cientista. Já quis ter o mundo nas mãos: hoje eu só quero chegar ao fim do dia sem decepções e estar com quem eu amo. Organizada, estressada, impaciente, obcecada por livros. Quem dera ter uma biblioteca com estantes de madeira escura em casa... Pseudo-jornalista, pseudo-assessora de imprensa, pseudo-blogueira: caminho para riscar o "pseudo" da frente dessas palavras. Amo o cheiro de fim de tarde, amo abraço apertado, amo ouvir que as pessoas gostam dos meus textos, amo ouvir elogios. Amo qualquer coisa que seja de coração. Amo muito meu namorado. Amo, também, meus pais, que já me tiraram de buracos tão fundos que eu não conseguia ver a luz no fim to túnel. Amo meus avós e a maneira que eles demonstram o amor pela família e também amo minhas tias, doidas e fundamentais. Sinto falta das minhas amigas, que por diversos motivos trilharam caminhos diferentes e distantes do meu, mas amo muito cada uma delas. Aos vinte, gostaria de ter mais dinheiro para viajar o mundo, mais tempo para deitar e ler um livro, ficar menos tempo no celular; gostaria de estudar mais. 


Com vinte anos, percebi que devo ouvir, prestar atenção nas palavras dos mais velhos que eu, guardar essas palavras e não esquecê-las. Hoje sei que meus pais não estavam errados quando exigiam boas notas ou quando mandavam eu usar blusa no frio. Sei também abaixar a cabeça e assumir meus erros, mas também defendo algo em que eu acredito. Aprendi a escutar Legião Urbana, Cássia Eller, Capital Inicial, Nando Reis e tratá-los como tesouro. Durante vinte anos, encontrei vinte anjos (talvez mais) e ainda não aprendi a total importância de Deus, embora isso possa demorar mais vinte. 20 anos não é o fim, nem meio, mas talvez seja uma transição para eu perceber que devo colocar jovialidade em ações adultas, tomar decisões maduras e dar uma pitada de atitude, ter o impulso de jovem e equilíbrio dos mais experientes. Será que é possível? Não sei, mas vou descobrir aos vinte anos.



5 comentários:

  1. Que lindo texto, Bru!!! Amei!
    Parabéns linda!!! Muitas felicidades sempre! Você merece!

    Bjão,
    Miih

    http://bymiih.blogspot.com.br

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  2. Adorei seu texto!!

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  3. Amei o blog e amei vc ;*
    Sucessoooooo hahaha

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