Acorda logo, menina!

26 junho 2014
@blogdabru
Abri meus olhos, inspirei duas ou três vezes e tateei em busca do meu celular. Olhei o horário e me surpreendi, pois eu estava acordando cada vez mais cedo. 7h32? Em plenas férias da faculdade? Desejei voltar a dormir e me sentir mais normal do que eu estava me sentindo. Mas ao virar para o outro lado da cama simples de solteiro, meu coração disparava; dava batidas mais fortes dentro de mim e eu não sabia como interpretar. Era como se cada batida fora do ritmo de alguém que passou oito horas dormindo tivesse se esquecido de se acalmar. Como se tivesse, ligeiramente, com pressa de sair por aí correndo, sem rumo. Era algo parecido com uma vontade louca de viver. 
Às 7h45 pulei da cama, arrumei os cobertores, me espreguicei, abri a janela. Espera. Desde quando eu gostava da luz intensa da manhã batendo nos olhos? Certamente, agora gostava, porque, ao cair em mim, todas as janelas estavam abertas. E mais, eu já estava enfiada debaixo do chuveiro! Eu estava sofrendo de quê? D.R.J.M.V. - Disposição Repentina de Jovem Maluca pela Vida. Doença raríssima os médicos poderiam dizer. Às 9h eu já havia lavado a louça, o cabelo, escovado os dentes, escolhido a roupa e achava simplesmente delicioso preparar meu próprio café da manhã, motivo de discussões infindáveis quando eu ainda morava com meus pais. "Filha, vem tomar café da manhã!", "Quero não, mãe!", "Filha, quer que eu prepare um pãozinho na chapa para você?", (e eu em toda a minha educação inglesa...) "Mãe, eu já disse que não quero pãozinho nenhum!!!!!!!". Agora mamãe ficaria orgulhosa. A filha já não precisava de despertador: acordava sozinha. A filha já não precisava que a mandassem fazer o desjejum: sentia fome logo que acordava e entendia a importância da primeira refeição. A filha não precisava ser lembrada de seus compromissos, pois já os sabia de trás para frente e de frente para trás. Não que não houvesse nada a ser melhorado em mim. Obviamente, eu era, e ainda sou, uma bagunça de pensamentos, sentimentos que não sei organizar. Mas eu já conseguia perceber a mudança em meus próprios hábitos. Começando pelo abrir de olhos, passando ao coração acelerado e terminando (ou apenas um segundo começo... para a vida?) com a doida, maluca, "fora da caixinha", vontade de viver. 

Um comentário:

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