Um pouco além do resto... Lá eu me encontrei

Dia desses andei me olhando no espelho. A pele estava bonita, clara e bem cuidada. A roupa, um pouco mais ousada do que antes. Reparei também em meus olhos: eles estavam mais determinados, mais claros talvez e, quem sabe, mais doces. Há algumas semanas atrás tomei um shot de vida nova. Digo shot porque foi assim mesmo, de repente, do nada, inesperado. Mas necessário. Também por esses dias reparei nos meus textos. Eles estavam mais concisos, menos amargos, mais ao estilo "Natasha Bedingfield" de ser. Notei que, ao dirigir, eu estava mais confiante, cantando as músicas mais alto, sem receio de parar no farol e alguém me ver dançando e cantando como um louca. Resolvi, após o meu "shot de vida nova" que eu só voltaria para casa depois que tivesse feito tudo o que devia ser feito no dia. A minha diversão também estaria inclusa nessa história. Até a minha cama ficou mais confortável e meus livros, muito mais interessantes! O que eu aprendi depois de tudo isso é que a vida não é feita de restos, meio, metade. A vida é inteira! Por si só! A vida é feita de nós mesmos. De salto alto, saia curta, cabelo bonito e batom vermelho na boca! É isso. Descobri que posso ser mil Brunas, ter mil vidas, mil possibilidades em uma vida só. Posso mudar meus planos de uma hora pra outra, posso pegar a estrada no meio da noite, posso ficar em casa com a minha família sem ficar estressada por não estar no agito. A minha maior descoberta foi saber que amo trabalhar. Amo eventos, amo ver gente e lidar com as pessoas. Amo responder emails e perder o sono por ter tanta coisa pra fazer. Mesmo com todas essas diferenças de antes e hoje, ainda sou a mesma na essência. Ainda tenho minha lista de coisas que não gosto, tenho minha lista de coisas pelas quais sou apaixonada. Mas a sementinha é a mesma. Lá dentro, no fundo, no fundo, no fundinho eu sou aquilo que sempre fui. Talvez eu mude novamente, talvez apareça alguém pra me ensinar mais lições. Talvez eu chore muito de novo, ou sorria demasiadamente. Ninguém sabe. Mas eu estarei de pé, esperando, sussurrando pra vida: vem que eu não tenho medo! De preferência, armada com meus aprendizados, meus antigos erros, em cima do salto alto, por favor. E me deixem aprender! Não tentem amortecer minhas quedas, não coloquem um colchão no chão duro, por favor. Quero ser fraca por um momento e depois endurecer com o tempo. Ser madura por inteira. Ser fruto suculento e doce, daqueles que a gente não esquece. Me deixem ser mulher sensível e de olhar firme. Só não me tirem o meu "shot de vida nova", que eu estou amando tomar. 

Imagem: Instagram @blogdabru