The day you left was just my beginning

Senti alegria em dirigir pela estrada com os vidros abertos, música alta e vento no rosto. Senti felicidade ao encontrar amigos em um barzinho cheio de solteiros de 40 anos. Senti tranquilidade em ir ao teatro. Consegui fechar meus olhos e dormir uma noite toda. Há quanto tempo eu não fazia isso? Felicidade realmente reside nas coisas mais simples. Quem nunca renasceu que diga o quão chato é viver sem altos e baixos! 

Êxtase num pedaço de bolo, empolgação numa página de livro, sossego no sorvete com a amiga. A magia está em todos os lugares, em todas as coisas; até na flor que nasce no asfalto. E eu? Sigo, insistentemente, buscando o meu poder interior. Aquele que me faz continuar enxergando tudo colorido, enxergando desenho nas nuvens, enxergando beleza no feio. 

Que mal há no renascimento? Justamente, por isso, renasço. Faço de mim, um poço de coisas boas. Procurando outros olhares e pensamentos, encontro novas possibilidades. Sinto cheiro de sentimentos bons; sinto o gosto doce da superação; tateio o futuro, agarro e grito: "Vem com tudo!". Pela primeira vez, não tenho medo. É só coragem, coragem, coragem. Tem carência também, mas tem sabedoria, tem calma, tem carinho. Carinho de todos os lados, de pessoas que nunca imaginei e de gente antiga também. Tem paciência de quem esteve o tempo todo olhando de fora, torcendo por mim, chorando comigo, vibrando com meu sorriso. Tem bronca também: "Vai se deixar abater? Levanta a cabeça e anda!". E se todos somos pássaros, se todos voamos, então eu prefiro ser borboleta. Voar do meu jeito, com as minhas asas, pousar onde eu quiser, com delicadeza, com alma. 

Senti alegria dentro de abraços. Senti felicidade com o olhar de uma criança. Senti tranquilidade ao colocar meus pés descalços no chão. Consegui fechar meus olhos e sorrir. Há quanto tempo eu não fazia isso? Felicidade, com certeza, reside nas coisas mais simples.